terça-feira, 17 de abril de 2012

Aos 40 anos, Andre Matos mira em cantores de ópera: 'o auge é aos 45'



Andre Matos se apresenta no sábado (21) dofestival Metal Open Air, mas vai chegar antes e sair bem depois de sua performance no evento em São Luís. O ex-vocalista do Angra e do Shaman é um cara dedicado.

(No sábado, 14, o G1 deu início a uma série de nove entrevistas com artistas que vão se apresentar na primeira edição do festivalMetal Open Air, que acontece em São Luís, no Maranhão, entre os dias 20 e 22 de abril.)

Em entrevista ao G1, por telefone, o cantor revela quais as bandas são imperdíveis no festival. Ele também diz que, aos 40 anos, não comete os mesmos erros ao cantar. O vocalista, em carreira solo, tem como exemplo os cantores de ópera.

"Em estudos de anatomia, o cantor de ópera atinge seu pico aos 45 anos. Isso me dá certo alento. Se cuidar bem, você pode ter a voz inteira até os 70 anos", conta.

G1 - O que acha de um festival deste porte ser dedicado apenas ao metal e acontecer em São Luís?


André Matos - É uma coisa que nunca foi pensada. Nunca ninguém pensou em São Luís ou pensou em um festival inteiramente voltado para o heavy metal no Brasil, com atrações internacionais e nacionais. Pegou todo mundo de surpresa.


G1 - Você já fez shows em São Luís?

André Matos - Em mais de 20 anos de carreira, já toquei lá com Shaman, Angra, em carreira solo. Tem um público muito fiel do rock pesado lá em cima. Mas não é só o público de lá que vai. Vão fazer um esquema de festval. Vão Acampar, ficar três dias.



G1 - Você já cantou em festivais que misturam gêneros. Qual a diferença de estar em um festival mais variado ou neste só dedicado ao metal?

André Matos - Existe mais probabilidade do público se identificar com o que você está tocando, quando o festival é voltado para determinado estilo. O Brasil tem grandes festivais de música, mas até o Rock in Rio abre as portas para outras vertentes que não só o rock pesado, acaba misturando mais. O público será mais homogêneo. Isso facilita o trabalho do artista que está no palco. Pode não ser seu fã, mas curte o tipo de som que você faz. Quando você toca em um festival mais geral, ficam ali parados, só olhando. O Brasil tem, por exemplo, festivais de música eletrônica. Mas, só para o metal, esse é um dos primeiros.

G1 - Por que demorou tanto para ter um evento como o Metal Open Air?

André Matos - O metal não é visto de uma maneira comercial. Há uma impressão de que o mercado não dá retorno comercial para os investidores. Tudo é tratado como um produto. Esse é o principal empecilho. São preconceituosos. Sempre que existem grandes eventos com metal, há retorno. É um público fiel. Ao contrário do que pensam, é um público que não depreda, não quebra. O festival é importante para abrir os olhos de promotores, investidores. É um estilo economicamente viável.


G1 - O que mais quer ver no festival?

André Matos - São três que gostaria de assistir, de fato. Gosto do Udo Dirkschneider, ex-vocalista do Accept. Tem o Glen Huges, vocalista e baixista do Deep Purple. E o Saxon, já estive no palco com eles. É um show imperdível. Estarei em todos os dias fazendo promoção, dando entrevistas. Mas é bom também ser fã.


G1 - Você está com 40 anos. Como você sente a evolução da sua voz nos últimos anos? Quais cuidados você vem tomando?

André Matos - Eu comecei aos 13, já se vão 27 de carreira. Eu tinha mais problemas no começo. Vou ficando mais experiente para saber o que posso fazer ou não na questão da preservação da voz. Em estudos de anatomia, o cantor de ópera atinge seu pico aos 45 anos de idade. Todos eles, - Plácido Domingo, por exemplo - brilharam mais tarde. Isso me dá certo alento. Se cuidar bem, você pode ter a voz inteira até os 70 anos de idade. Vários cantores continuam na ativa. O principal não é tanto a técnica, é saber preservar a voz. Tem uma questão do ponto de vista físico. A voz reflete o estado de saúde do próprio organismo. Você tem que descansar. Vamos chegar antes lá [em São Luís] e ter um tempo para ficar aclimatado.

G1 - Mas o que fazia antes que não faz mais agora?

André Matos - Eu tive durante muito tempo aulas de canto, durante oito anos. Eu fiz trabalho com fonoaudióloga. Então, procurei conhecer mais a parte anatômica. O que mais me ajudou foi entender anatomicamente como funciona. Se tenho um problema, sei hoje qual é. Não tem essa coisa de fazer gargarejo ou aquecimento "x ou y", cada um tem seu modo de fazer.




Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2012/04/aos-40-anos-andre-matos-mira-em-cantores-de-opera-o-auge-e-aos-45.html
Blog Widget by LinkWithin

Nenhum comentário:

Postar um comentário