sexta-feira, 15 de abril de 2011

Matanza desfaz confusão sobre Lollapalooza: 'nunca conversamos'

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Além do recém-lançado disco "Odiosa natureza humana", dois festivais renderam manchetes nas últimas semanas para a banda carioca Matanza. Eles tocam no dia 25 de setembro no palco sunset do Rock in Rio e foram envolvidos em uma confusão com a versão chilena do Lollapalooza, que acontece nos dias 2 e 3 de abril, em Santiago.

"Eu tenho uma leve impressão de que a organização do Lollapalooza pensa que Buenos Aires é a capital do Brasil", critica o vocalista Jimmy, em entrevista ao G1, por telefone. "No player do site do festival, as músicas são nossas, mas nunca tivemos nenhuma conversa com eles. Esse Matanza que vai tocar lá é argentino. Fiquei p..., queria estar lá", desabafa.

Jimmy diz que cogitou entrar em contato com os produtores do evento, famoso há 20 anos por causa de sua edição americana. "Eu pensei em ligar e falar que eles são idiotas... [risos] Mas é melhor deixar quieto. A outra banda é eletrônica, eles vão se tocar quando receberem o 'rider' [lista de equipamentos], que só tem duas picapes", ironiza, sem perder o bom humor.

Se existe certa mágoa com o não-show no Lollapalooza, a apresentação confirmada no Rock in Rio serve como um bálsamo para o Matanza. O grupo está escalado para o palco Sunset, em show com o cantor BNegão. "Tínhamos que chamar alguém e foi uma dúvida muito grande", conta. "Somos uma banda hermética, fazemos algo muito nosso. Somos muito fechados em relação a outras coisas. Pensamos em chamar um gringo, mas ficamos com pé atrás", explica Jimmy.

Segundo ele, havia chance de não rolar uma empatia com o convidado na hora do show. "Somos sem jogo de cintura mesmo. Ficamos preocupados com isso. O BNegão é um brother nosso de quinze anos. Já passou por 'n' histórias musicais, muito além de Planet Hemp", enaltece. Para Jimmy, a carreira de BNegão é bastante parecida com a do Matanza. "Ele também mete a cara, trabalha pra c..., gosta de música porque gosta de música. Ele nunca se rendeu a coisas fáceis. Pensamos nele, o que vamos fazer de música, não sei... F...-se", justifica.

Fãs do Motörhead
Assim como em shows anteriores, o Matanza vai novamente dividir público com a banda inglesa de heavy metal Motörhead. "Já abrimos pro Motörhead em São Paulo, no Nordeste. Se alguém que gosta de Motörhead achar Matanza um pouquinho legal, já sinto muito orgulho. Motörhead é uma das bandas mais brilhantes em atividade. A atitude do Lemmy [vocalista] é uma referência de postura, de profissão. Só fico feliz e quero reverenciar os caras", derrete-se.

Outro nome presente na carreira do Matanza que merece bons adjetivos é o produtor Rafael Ramos. Há 10 anos, ele trabalha nos arranjos dos discos do Matanza. "Temos uma relação de confiança com o Rafa. É muito difícil arrumar isso. Estamos no sexto disco com ele, já temos um entendimento", explica.

O produtor não muda. E a sonoridade muito menos. Faixas novas como "Saco cheio e mau humor", "Carvão, enxofre & salitre" e "O bebum acabado" comprovam. "O que a gente faz não é muito feito no Brasil. É um rock pesado, mas não é heavy metal, não é p... nenhuma. É country hardcore. Há uma escassez de produtores de rock", atesta.

Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/03/matanza-desfaz-confusao-sobre-lollapallooza-nunca-conversamos.html

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