sábado, 11 de setembro de 2010

Shaman: “Simplesmente trabalhamos com o objetivo de fazer o Metal crescer”

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Aproveitando o ensaio realizado nesta sexta-feira (03/09) no estúdio Fusão VM&T, conversamos com a banda SHAMAN sobre o novo lançamento “ORIGINS” e muito mais. Acompanhe:

Como foi o processo de composição das músicas do ‘Origins’?

Ricardo Confessori: O “Origins” foi produzido em quase 2 anos. Começamos a gravar  em 2008, exatamente no final de 2008, com a intenção de fazer um EP de 4 músicas inéditas: a “No Mind”, a “Blind Messiah” …

Thiago Bianchi: Não, … a “Finally Home”, “No Mind”, depois a “Blind Messiah” …

Ricardo Confessori: Primeiro, a música “No Mind” sairia como bonus no relançamento do “Immortal”, mas acabou não entrando no relançamento que tem uma capa especial. Em 2008 ela já estava pronta, do jeito que é hoje …Em 2009, gravamos mais três músicas e em 2010 fizemos mais 4 para fechar o CD.

Thiago Bianchi: O legal desse disco é que a gente teve a oportunidade de se reinventar. Cada vez que ouvíamos o CD, tínhamos tempo de saturar as músicas no ouvido e aprimorar o trabalho todo.

Ricardo Confessori: O que facilitou é que trabalhamos em nossos próprios estúdios, a maioria foi feita aqui no Fusão VM&T. Podíamos gravar uma musica e amadurecê-la até fecharmos o CD.
Dar tempo de amadurecer a música, ao invés de fazer tudo em 3 ou 4 meses, gravar e depois só se dar conta da obra inteira 6 meses depois do lançamento. Um dos motivos do CD estar tão legal e até superior aos anteriores.

Como os fãs estão recebendo esse novo trabalho ?

Thiago Bianchi: Por enquanto, por pirataria … (Muitos Risos)

Ricardo Confessori: (Risos) O CD saiu há 2 meses no Japão. Aqui no Brasil sai em 15 dias.
Os fãs ouviram o que os japoneses compraram. A resposta foi muito melhor que dos últimos discos do SHAMAN, desde  o “Reason”. Desta pretendemos fazer uma boa divulgação, fazer programas de TV e preparar um arsenal de cartuchos pra queimar…

Qual a diferença entre o “Origins” e os outros álbuns do Shaman ?

Ricardo Confessori: A gravação foi feita em 2 anos, três etapas e isso maturou muito o CD…

Fernando Quesada: No “Immortal”, fazíamos a musica e já preparavamos para a gravação no estúdio. Dessa vez ouvimos bastante, mudamos o que queríamos, aproveitamos ou não partes … ouvimos por meses…

Ricardo Confessori: A diferença também foi fazer parte de uma música ou mais pela Internet com o guitarrista na casa dele. A gente aqui no estúdio gravando e ele mandava os instrumentais pela Internet. Um exemplo foi a “Lethal Awakening”.

Thiago Bianchi: Uma espécie de “personal twittcam” …

Ricardo Confessori: O mais legal é que isso funciona … Você não precisa mais estar fisicamente junto para fechar um CD.

Thiago Bianchi: Do ponto de vista musical, dessa época do SHAMAN, nunca antes exploramos essa levada porrada, como em “Inferno”… rola até um “Blast Beat”!

Ricardo Confessori: É um disco bem mais de power metal. Mais que todos os discos anteriores do SHAMAN.O disco é assim do começo ao fim. Estamos muito orgulhosos porque dessa vez fizemos 100% o que queríamos, sem pensar em mídia ou o que as gravadoras queriam.

Thiago Bianchi: Sempre falamos nas entrevistas que o CD tem de tudo, mas eu sempre senti falta desse tal “tudo”, sempre faltou a agressão final. Agora, principalmente na música “Inferno”, atingiremos um público que nunca antes uma banda de metal melódico atingiu. Sempre foi meu desejo.

Vocês lançaram simultaneamente o DVD ‘Shaman & Orqchestra
Live At Masters Of Rock Of Prague’. Como pintou a oportunidade de tocar com a orquestra turca ? Conte-nos um pouco dessa experiência …

Thiago Bianchi: Através da Tiziana Hurd da Sol Music Management, nossa empresária no exterior. Ela teve a idéia, e sejamos francos, a idéia não foi tão bem recebida … “Legal, Tiziana, mas isso é coisa de outro planeta !!!”
E talvez por esse comentário ela tenha batalhado o triplo para fazer acontecer.
No evento, o George teve que ter muita visão e muito peito pra bancar uma banda brasileira fechando no primeiro dia. Participaram bandas como NightWish, Rage, In Extremo. Temos muito orgulho!

Ricardo Confessori: Ela fez isso pra nos diferenciar. Nós queríamos ir pra Europa, mas sempre pensávamos que seria um problema mostrar um show comum, como muitas bandas de lá, fazem… Gamma Ray, Helloween..
A idéia foi dela de ter o diferencial, talvez por ser musicista erudita e ter trabalhado com o Andrea Bocelli, por exemplo. Ela juntou os dois mundos e achamos legal. Já tínhamos trabalhado com músicos eruditos em estúdio, como no “Immortal” com a OSESP, mas nunca “Ao vivo” e de forma tão grandiosa …

Com o retorno do Ricardo ao Angra, como fica a agenda do Shaman e quais os planos futuros da banda?

Ricardo Confessori: Na verdade a gente tem projetos paralelos. O Angra foi a banda q me lançou… O SHAMAN é a dissidência do Angra.
O que foi bom pra mim e para o mercado também, já que o Metal deu uma esfriada depois de 2005/2006 . Agora em 2009/2010, a junção do Angra com o Sepultura, para fazer uma tour, deu uma aquecida e aparecemos na TV como Globo e demais canais que estavam fechados pra isso.
O que foi bom para o SHAMAN também, já que não tínhamos ainda um CD novo. Tudo isso acabou nos beneficiando para produzirmos o “ORIGINS” com calma. Não sei se o CD teria ficado tão bom se tivesse sido feito na pressa.
Eu estou intercalando compromissos. O pessoal do Angra também tem outros compromissos, … tem espaço pra todo mundo.

Thiago Bianchi: Eu acho até necessário, já que as bandas novas não tem vez, os “medalhões” se desmembram e esquentam a cena. Isso resulta em espaço pra gente nova como aconteceu com a gente (Fuma, Léo, Fabrízio e eu…)

Ricardo Confessori: Igual ao grunge que os caras do SoundGarden tinham o Temple Of The Dog…

Thiago Bianchi: Como o Scott Travis que ficou no Judas e gravou com o Halford …
Isso é uma coisa nova para o brasileiro. Aqui as pessoas tem a tendência a comparar tudo com futebol, Se um jogador que beija a camisa aqui, não pode jogar em outro time ali …
E tem mais, musico tem que trabalhar, não vou dizer q foi fácil, mas isso é o que tinha que acontecer. Foi bom pra todo mundo…

Alguma novidade para o exterior ?

Ricardo Confessori: Concretamente, estamos planejando uma tour para fevereiro e março na Europa … estamos analisando. São muitas datas.
Talvez algumas datas na Índia, com a Orchestra do Musa, do DVD novo.
No Japão, saímos pela Marquee, no Brasil e América Latina pela Voice Music, Scarlet Records na Europa, nos EUA estamos em negociação …

O SHAMAN teve uma total reformulação onde só permaneceu o Ricardo como integrante original. Após esse período, a banda se firmou novamente no cenário mundial e recebe inúmeros elogios de seus recentes trabalhos.
Vocês (Thiago, Léo e Quesada), imaginavam que a aceitação seria tão rápida e que o SHAMAN conseguiria manter a mesma força de outros tempos ? Conte-nos sobre este desafio …

SHAMAN & Orchestra - Masters Of Rock

Thiago Bianchi: Eu não sou o cara que fica esperando as coisas acontecerem, por ser muito ansioso. Eu prefiro batalhar e pronto. Assim, o resultado passa a ser mais natural e menos “esperado”, pela simples equação de ser uma conseqüência do próprio trabalho.
Fico feliz com essa pergunta, porque eu não paro para pensar no que está certo ou errado … a gente simplesmente trabalha com o objetivo de fazer o metal crescer, que as nossas bandas sejam melhores, angariando novos fãs, fazendo com que as pessoas que não entendem o metal passem a entender e logo, o apreciar.
Trabalhamos as musicas para chamarem mais atenção. Acho que isso está acontecendo, o Metal está voltando a crescer. Enquanto tiverem pessoas boas fazendo boas musicas no Brasil, teremos espaço para todo mundo. Enquanto os “medalhões” batalharem pra cena crescer, vão aparecer novos talentos e o Brasil é um celeiro de músicos e todo mundo sabe disso.

Ricardo Confessori: O publico também tem uma nova safra. A gente chegou a pensar que o SHAMAN fosse ter mais sucesso no começo, mas nos adequamos a realidade … Não só de conquistar novos fãs, como o Angra fez em 2001, mas também de levar o Metal de volta ao topo de outrora. Estamos lançando novos trabalhos.
Em lançamentos, já ultrapassamos a fase antiga da banda que tinha 2 CDs e apenas 1 DVD … Nesta fase, já temos 2 CDs e 2 DVDs, sendo que o ultimo é uma obra-prima e o máximo que uma banda de Metal poderia chegar aqui no Brasil.

Agora o SHAMAN é a banda dessa nova safra! É a banda que representa a nova cara do metal nacional, ainda mantendo os fãs mais antigos e exigentes.

Thiago Bianchi: É como em qualquer mercado, quando acontece uma reformulação. É normal que as pessoas fiquem ressabiadas. Mas tenham certeza que estaremos aqui fazendo um “som”… sempre… primeiro porque é o que a gente gosta … e segundo porque o Brasil precisa disso … de sangue … e estamos aqui pra dá-lo! E representar nosso país …

Existe alguma relação entre vocês e os antigos membros da banda ?

Thiago Bianchi: Tocamos algumas musicas deles e é isso … Da minha parte, é isso …

Ricardo Confessori: A saída deles foi de um jeito meio conturbado.
A gente acabou não se falando mais, mas isso não quer dizer que exista algo que impeça qualquer tipo de contato.
Estamos abertos se as pessoas quiserem falar com a gente, mas não rolou …

Thiago Bianchi: O que ficou foi o respeito tanto nosso quanto deles. Respeitamos mutuamente os espaços. Ficamos felizes que eles fazem o que gostam … fazendo metal, sem parar…

Thiago, na sua opinião de produtor musical, qual sua análise do Rock e Heavy Metal atual no Brasil e quais bandas ou artistas você aposta atualmente ?

Thiago Bianchi: O Metal está em ascensão novamente. Realmente acho que o povo olhou para cena musical no mundo, não só no Brasil.
A galera está acordando e vendo que também temos muitas coisas boas, que não estamos dando as costas por nada e a acho que todos acordaram pra situação.
A primeira coisa e a ultima pra mim, é a mesma coisa: A musica, tem que ser boa musica.
Eu não aposto nada em ninguém, eu aposto em trabalho e boa musicas. Enquanto o cara estiver disposto a fazer boa musica isso vai estar legal para a galera.
Eu aposto em quem está disposto a dedicar sua vida à algo maior que seu ego … Quem faz música do coração, tem minha atenção … Quem pensa, quem usa o bolso ou simplesmente o ego pra fazer música, tem meu despeito.

O que andam ouvindo hoje em dia ?

Ricardo Confessori: As bandas que eu estou produzindo. O Santarem de São Paulo, q está lançando um CD agora e o Mantris de Campo Grande, que tem um vocalista muito bom chamado Rafael.

Fernando Quesada: O que eu estou produzindo, My Fair Lady. Ouço um pouco de rádio também …

Thiago Bianchi: (Interferindo) – Radio só o que está fora do ar, porque é melhor do que está tocando…
(Risos todos)

Thiago Bianchi: Claro, as bandas que estou produzindo, que são muitas … Ao longo do tempo, todos as ouvirão também … pelo menos é o que espero… haha

Fernando Quesada: O novo do Iron que eu gostei bastante…

Ricardo Confessori: Estou ouvindo Bon Jovi e Scorpions que farão shows no Brasil agora, é bom pra treinar….

O Rock Way agradece imensamente esta entrevista e deseja ao Shaman muito sucesso com o ‘Origins’! Por favor, deixem um recado aos fãs da banda …

Thiago Bianchi: Obrigado a todos e agradecemos a todos vocês por voltarem a dar essa forca ao Heavy Metal. A gente sempre esteve aqui e sempre estaremos. No que diz respeito a boa música e força pra continuar, poderão sempre contra com o SHAMAN !

Ricardo Confessori: Obrigado e continuem com a votação do Rock In Rio… O SHAMAN já está no topo !!! …. Vamos votar, galera, valeu!!!!! http://www.rockway.com.br/qual-banda-ou-artista-nacional-voce-quer-no-rock-in-rio-2011/

Fernando Quesada: Valeu galera!

Thiago Bianchi: Sempre ouçam a voz do coração!

Myspace: http://www.myspace.com/shamanimmortal
Website: http://www.shamanimmortal.com

 

 

 

Fonte: http://www.rockway.com.br/shaman-simplesmente-trabalhamos-com-o-objetivo-de-fazer-o-metal-crescer/

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