sábado, 5 de junho de 2010

Resenha do novo Cd do Slash

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O novo cd Slash entrou direto na terceira posição do top 200 da Billboard, o álbum, superou a marca 60 mil cópias vendidas na semana do lançamento , isso sem contar os downloads, uma vez que o material vazou na web cerca de uma semana antes do lançamento oficial.


Podemos afirmar que este álbum é muito aguardado pelos fãs e pelas novas gerações que imaginam Slash como um dos últimos deuses vivos da guitarra.

O álbum tem a produção de Eric Valentine, Chris Chaney no baixo (ex-Jane's Addiction ) e o baterista Josh Freese (ex-Nine Inch Nails e Guns N' Roses).

slash_b-day_vegas_7_23_slash_fergie3 Para falar com propriedade do assunto, e depois de algumas audições, eu diria que, por cima, esse disco é um belo trabalho, com uma bela produção e não há maiores falhas nele. Não há surpresa alguma, propriamente dita, é um disco de rock n' roll, algumas vezes rude, algumas vezes mais sofisticado, mas sempre divertido e passional, Slash claramente tem isso no sangue e ninguém pode repreendê-lo quanto a isso. Tendo dito isso, há passagens um pouco 'comerciais', um pouco menos 'fortes' com pouca inspiração, mas no conjunto, o homem da cartola diz o que tem que dizer muito bem. E ele faz as coisas com sinceridade. Cada canção nos transporta para um universo diferente, um som diferente, para ver até uma época diferente...

No fim não é muito longe - em princípio - de um disco 'conceitual' como o 'Probot' de Dave Grohl, mas ele é sobre rock n' roll, no sentido amplo do termo. Dessa vez Slash nos faz descobrir sua visão de como é o 'rock': blues, hard rock, metal, pop, progressivo, anos 70, punk e às vezes até Nu-metal! Portanto é um álbum heterogêneo, mas as faixas são bem produzidas e muito poderosas. Talvez um pouco exagerado no nível de ruído, mas o som de 'Appetite For Destruction' está bem distante, e quaseslash irrecuperável (como disse Slash em sua biografia 'SLASH', publicada em 2007). No fim das contas, estou bem feliz. É rock, inquestionavelmente. Há um certo desperdício, é desigual, mas as faixas boas compensam pelas ruins!

Minha resenha faixa a faixa:

1. Ghost (Ian Astbury, com Izzy Stradlin) (3:34)
Essa é um rock n' roll estilo FM dos EUA dos anos 80, a la Billy Idol, com The Cult e alguns elementos de
Velvet Revolver. Tem levada mid-tempo e é perfeita para abrir o disco. Lembra um filme televisivo policial americano vagabundo sobre a polícia de Nova Iorque, tocando de fundo num strip club às 3 da manhã...

2. Crucify the Dead (Ozzy Osbourne) (4:04)
Introdução com melodia de arpeggios rápidos ao fundo de um solo 'velha guarda'. Com uma atmosfera épica e gélida, essa faixa mid-tempo é sobre-produzida e arranjada. É uma 'power ballad' atemporal (e seus arranjos modernos, mas com atmosfera dos anos 70, acústica básica e o espectro do
Black Sabbath assombrando toda a faixa, obviamente...)

3. Beautiful Dangerous (Fergie) (4:35)
Essa musica foi uma grande surpresa não esperava que a Fergie canta-se rock tão bem, o refrão desta musica é sensacional.

4.Promised (Chris Cornell) (4:41)
Outra power ballad. Mas dessa vez eu gostei. Os arpeggios saturados com o tema estabelecem de pronto uma pessoa num ambiente melancólico e um pouco nostálgico. É bem orientada pro lado pop-rock n' roll feito pras rádios, mas das boas! Parece um pouco como os 2 primeiros discos solo de Chris Cornell (bem corretos) ou os três primeiros do Audioslave. No mais, a performance de Cornell tem bem mais destaque nessa faixa do que a de Slash (exceto pelo solo, claro). Perfeita pro mercado norte-americano.

5. By the Sword (Andrew Stockdale) (4:50)
Eu odeio o Wolfmother, mas aqui eu devo admitir que a combinação Andrew Stockdale/Slash oferece o que há de melhor no disco para nós! De cara ela pula pros anos setenta, diretamente na linha de Led Zeppelin/Deep Purple. A canção é muito bem construída, exala os anos 70 com pompa, o refrão é assassino, os acordes de Slash definem o rock n' roll! A voz de Stockdale - que é bem estereotipada - cai muito bem na canção e serve de trampolim pra Slash. O solo tipo 'whah-wah líquido' da bridge é soberbo. Canção muito boa. recentemente foi lançado o clipe desta musica.

6. Gotten (Adam Levine) (5:05)
Nova balada de guitarra acústica cuja luz termina em fogos de artificio de violinos e 'guimauve'. Eu não sou fã de Adam Levine, eu tenho a impressão de estar ouvindo Maroon 5, e isso não é bom. Uma pena, não é a balada do século, mas não é de todo ruim, uma voz mais rouca ou quebrada teria dado conta melhor. Mas também é necessário manter as relações de boa vizinhança entre West Hollywood e Beverly Hills...

7. Doctor Alibi (Lemmy) (3:07)
Rock N' Roll! Com Lemmy em qualquer evento, não há como ser de outro jeito! Do caralho! O refrão quase me fez pensar em 'Doctor Doctor' do UFO. Bom rock n' roll à velha moda.

8. Watch This Dave (Dave Grohl, Duff Mckagan) (3:46)
Música instrumental que vai na veia! Entre o metal e o rock progressivo, eu não esperava algo assim de maneira alguma. Essa manda pra valer durante quase 4 minutos. Os riffs – pesados, quebrados e destruidores - são realmente eficazes (parecem um pouco com 'Slither'). Mesma coisa pros solos, e a passagem quebrada 'clara' do meio me lembra o
Guns N' Roses dos velhos dias. Um dos momentos fortes do disco.

9. I Hold One (Kid Rock) (4:10)
Rock pra rádio FM americana, na linha de Nickelback,
Aerosmith. Não faz muito meu tipo, nada muito original, mas isso é o pior que pode se dizer dela. Feita tipicamente pros EUA.

10. Nothing to Say (Mr. Shadows) (5:27)
Faixa no estilo speed-nu-metal, na linha do grupo de Mr. Shadows (Avenged Sevenfold)... no qual eu já não vejo muito interesse... ela começa bem tipo hard rock dos anos 80, com um riff tipo
Iron Maiden, mas o som é estranhamente não muito poderoso. O restante passa algo na tradição nu-metal do Avenged Sevenfold, algumas vezes eu até tenho a impressão de estar ouvindo um Dream Theater ruim. Vazia demais e falsamente rápida – o final – Metalliquesco' – meio que salva um pouco a faixa.

11. Starlight (Myles Kennedy) (5:35)
Faixa heavy, pop, blues e divertida. O refrão é eficiente. Ela difere muito do restante do disco e é bem colorida, quente e entretida.

12. Saint Has Sinner Too (Rocco De Luca) (3:27)
Faixa tipo interlúdio/OVNI: guitarra acústica + uma voz ultra suave e arranjos programados por software... tudo no formato de uma balada 'flamenca'. É macia, muito melancólica e despojada. O solo de guitarra lembra um solo de música clássica, a atmosfera se situa entre 'Private Investigation' de Mark Knopfler, 'Misty Mountain Hop' do
Led Zeppelin, e ao fim de 'Double Talkin' Jive' do GN'R.

13. We're All Gonna Die (Iggy Pop) (4:30)
Um puta dum bom riff, ideal para Iggy. Nos remete à marca do Rock, bruto e eficaz. Iggy se faz insolente como com The Stooges e dá uma de 'crooner' nas partes cantadas... refrão super direto e eficaz! Ideal para concluir o álbum.

 

 

Fonte: http://sparkaye.blogspot.com/2010/02/slash-slash-la-review.html

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