Os alemães do grupo Scorpions preferem pendurar as chuteiras antes de se transformarem em "uma caricatura" do que foram, razão pela qual a lendária banda de rock pesado decidiu embarcar em uma turnê mundial de despedida dos fãs, revelou o vocalista Klaus Meine à revista "Zeit Magazin".
"Para uma banda de rock pesado que sobe ao palco para cantar 'Bad boys running wild' ("Garotos maus correndo selvagemente", em tradução livre) chegamos ao limite", afirma o líder dos Scorpions, de 62 anos.
Segundo Meine, a banda se recusa a se transformar em "uma caricatura" e teme que um dia algum de seus fãs pergunte: "Na sua época vocês eram uma banda genial, por que estão fazendo isso?".
"Chegou o momento da reta final, enquanto este furacão ainda for um furacão e não cair na categoria de tempestade tropical", desabafa Meine.
Além disso, o vocalista reconhece que na carreira dos Scorpions também houve momentos difíceis, porque "a tragédia e o triunfo sempre andam de mãos dadas".
"Vivi o lado obscuro em 1982, quando arruinei totalmente minha voz. Simplesmente a perdi. Estávamos trabalhando no álbum 'Blackout', um título muito apropriado. A situação ficou crítica de verdade quando tive que me submeter a uma nova operação dois meses depois da primeira", relembra.
Segundo Meine, tudo parecia indicar que sua carreira "acabaria ali", mas o apoio de sua esposa Gabi e da banda inteira foi crucial para seguir adiante.
O vocalista lembra que quando disse ao guitarrista da banda, Rudolf Schenker, para procurarem um novo cantor, a reação do grupo foi "excepcional": "Aconteça o que acontecer, te esperaremos".
Novos desafios
O álbum mais recente do grupo inclui uma música intitulada "The best is yet to vome" ("O melhor ainda está por vir"), um nome muito significativo nesta turnê mundial de despedida.
"Todo mundo entende o que queremos dizer com isso. Quando após tantos anos fecharmos o último capítulo dos Scorpions, abriremos uma nova página em nossas vidas e haverá novos desafios que enfrentaremos com alegria", ressaltou.
A banda conquistou a fama mundial com canções como "Wind of change" — número um nas paradas de sucessos de 11 países europeus —, inspirada nos eventos políticos dos finais dos anos 1980 e início de 1990 no Leste Europeu que levaram à queda do muro de Berlim e do bloco comunista.
Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/05/klaus-meine-lider-dos-scorpions-chegamos-ao-limite.html
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