sábado, 29 de setembro de 2012

Hangar: André Leite não faz mais parte da banda



Comunico que, a partir dessa data, André Leite oficialmente não faz mais parte da banda Hangar. Leite foi convidado para gravar o CD Acoustic, but Plugged In! em julho de 2011, a partir de um vídeo que vi na internet. A expectativa que tinha seria de uma longa jornada com ele, o que não se confirmou. Apenas dois meses após o lançamento do disco, André já acenava sua saída em razão de vários problemas pessoais não solucionáveis que refletiam na sua vida profissional. Atrasos, trocas de horários e despreparos eram constantes e contrastavam com nosso objetivo profissional e isso causava um mal-estar interno geral.

Sempre tentei apoiá-lo e mantive nosso cronograma até a gravação do DVD em Ijuí, no dia 10 de Dezembro de 2011. Ele chegou a sugerir o cancelamento da gravação. A gravação só ocorreu após eu demovê-lo da ideia de desistência de participar. A ideia de cancelar um evento que estava sold out me pareceu um imenso desrespeito dele com a banda e principalmente com os fãs e investidores de Ijuí. Mesmo assim, com esperança de reverter o processo, fizemos o registro do DVD. A partir do final de 2011, cheguei a um acordo para que ele seguisse participando de todos os eventos do Hangar que já estavam agendados até maio de 2012. Em 29 de janeiro de 2012, a banda recebeu um e-mail dele que dizia o seguinte: “Caras, se eu imaginasse que minha vida tomaria esse rumo que tomou eu jamais teria assumido o trabalho com a banda. Me lembro muito bem do Aquiles me falando (em uma conversa indo para o estúdio lá no começo), que não queria passar por isso mais uma vez. Eu não entrei na banda para sair, fazer papel de moleque com o trabalho sério que é o Hangar. Eu não tenho mais condições de ficar do jeito que eu estou por causa dos meus sonhos como artista”.

Depois disso nos encontramos no Blackmore, onde discutimos sobre o futuro e sobre conceitos de caráter e de como se faz em um grupo de trabalho, mas não havia mais nada a ser feito para reverter a situação. Em abril, disponibilizei uma passagem de avião para que nosso vocalista pudesse participar do finado MOA, enquanto a banda seguia via terrestre com o ônibus, pois, segundo ele, “a convivência conosco não seria uma boa ideia”...

Após isso, transtornado, não comentei a situação com ninguém. Deixei o tempo passar para que a banda pudesse pensar no que fazer. Mesmo sabendo que tínhamos um DVD a ser lançado, o André foi irredutível, não demonstrando nenhum interesse ou arrependimento e muito menos alguma preocupação com tudo que isso significava para a banda.

Nosso último encontro aconteceu em 19 de Maio desse ano, em São José do Rio Pardo, onde combinamos não falar sobre o assunto até setembro. Com um DVD em produção, preferimos nos concentrar em deixá-lo pronto, mesmo com a imagem de uma pessoa que não mais queria fazer parte daquilo e nem estava preocupada com nossa situação.

Durante todos esses meses, deixamos de marcar vários eventos e apresentações, sem contar o lançamento do DVD, que iria gerar um retorno em popularidade enorme. O prejuízo financeiro foi incalculável e fiz questão de repassar isso ao André nas nossas poucas conversas, porque ainda havia alguma esperança de solucionarmos esse problema, mesmo depois de pedir que assinasse a liberação de sua imagem para o DVD, que foi a última a chegar para a produção do mesmo.

Depois de quase quatro meses de silêncio, tempo em que somente consegui me comunicar poucas vezes com a sua assessoria de imprensa, recebi um telefonema do André na última sexta-feira, dia 21 de Setembro, na Expomusic, em São Paulo, onde nos encontramos. Para minha surpresa, ele foi muito solícito e se colocou à disposição da banda para qualquer trabalho e disse que havia repensado algumas coisas e que era uma nova pessoa. Achei estranho e até mesmo oportunista essa aproximação nesse exato momento, pois nós divulgamos a gravação do “Programa do Jô” dois dias antes. Já tínhamos divulgado os nossos compromissos da Expomusic duas semanas antes e não tive nenhum contato por parte dele.

Felizmente eu não me abalei. Eu conheço os meus parceiros, com quem toco há 13 anos. Sempre buscamos pessoas que se coloquem como membros efetivos do Hangar, que sonhem, participem, carreguem a banda no coração. Abrimos nossas casas e recebemos essas pessoas. Depois de meses tentando solucionar todos os problemas que tivemos, não seria justo aceitar uma oferta dessas, pois nossa confiança já tinha sido quebrada e voltar atrás agora seria um desrespeito a nossa história e um risco que poderia voltar em um futuro próximo.

Nunca mandamos ninguém embora do Hangar, as pessoas fazem as escolhas e seguem seus caminhos enquanto seguimos os nossos. Mudanças doem, mas são inevitáveis e não foi fácil para mim, em especial, ficar durante 10 meses segurando essa bronca.

Hangar seguirá sempre em busca dos seus objetivos de levar a sua música a todos os lugares possíveis, inclusive a palcos inusitados como o dessa semana no “Programa do Jô”, na TV Globo, onde gravamos com nosso amigo Theo Vieira nos vocais, que é coautor da música Solitary Mind e um parceiro musical que está sempre ao nosso lado e que respeita muito a caminhada do Hangar.

Não importa quantos vocalistas ainda vamos ter para seguir com o trabalho da banda, só sei que continuamos com os mesmos planos e que somos muito mais do que uma simples banda de metal para muitas pessoas. Isso significa muito para nós quatro. Respeitamos e retribuímos esse carinho, respeito e cumplicidade.

Seguimos a caminhada e estamos à procura de um novo vocalista para dar sequência ao nosso trabalho. Você que gosta de cantar aproveite a chance, pois temos uma vaga em aberto, porém, lembre-se, aqui se trabalha com seriedade.

Nando Mello, com o consentimento da Banda Hangar.




Fonte: http://www.hangar.mus.br/hangar/ptbr_fotos.php
Blog Widget by LinkWithin

Nenhum comentário:

Postar um comentário